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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

30 de outubro de 2016

O meu legado vai ser...

Há quem viva o dia a dia, vivendo apenas para o presente ou um futuro muito imediatista: «o que importa é o presente e a vida é para ser vivida; pensarei no futuro quando ele chegar!» Mas também há quem tenha em vista prazos mais ou menos alargados, digamos de 1, 2 ou 3 anos, para os quais fazem algum planeamento e se posicionam oportunisticamente para alcançar os objetivos definidos. Contudo, também há quem tenha uma preocupação mais longínqua, de 5, 10 ou 20 anos; aqui já se assumem alguns compromissos, na medida em que normalmente será necessário aceitar e saber lidar com certas realidades e por um tempo considerável que, embora possam não agradar, tornam-se fundamentais para se concretizar o “bem maior” que se pretende almejar.

Há também quem seja sempre o centro das suas preocupações, ou quanto muito os seus mais próximos: «não importa o que aconteça aos outros, desde que eu (nós) fique(mos) bem».

Mais do que as conquistas que se possam acumular, há a conduta com que se vive. Este é o verdadeiro legado que se pode transmitir, mais valioso do que qualquer fortuna, a qual, sem uma adequada conduta, destrói o valor recebido ou este é usado de modo fútil.

Nas empresas, muitos podem desempenhar de modo excelente a sua função, gerando valor para o negócio, mas também o pode destruir com o intuito de enriquecer-se a si ou à sua família… e esta pode ser rica economicamente, mas pobre espiritualmente. Isto tanto se pode aplicar a um colaborador como ao empresário. Agora, um negócio bem estimulado pode criar muito valor e este pode ser mantido é até aumentado ao longo do tempo e até de gerações, saibam os proprietários terem uma visão de muito longo prazo, pensar além dos interesses imediatistas dos que lhe são mais chegados.

É um gosto ver casos em que sim pretendem criar riqueza, sim defendem os seus mais próximos, mas não pela via mais fácil de extrair valor da empresa que é importante para a fazer crescer, criar cargos apenas para acolher pessoas sem ocupação, transmitir a propriedade a herdeiros mesmo que estes não tenham interesse ou o saibam valorizar. Há quem não se agarre ao poder e prepare a sucessão, não só dos cargos de gestão como também da propriedade, não permitindo beneficiar quem não esteja preparado para tal.

Tem tanto mérito quem empreende e cria um negócio, como sobretudo quem o consegue fazer perdurar e prosperar. Mas, como para tudo na vida, há que fazer por isso e, para o conseguir, não basta querer.

Acima de tudo, há reflexões que importa fazer:

  • O que gostaria que dissessem de mim quando já cá não estiver?
  • Estou a ter uma conduta coerente com este desejo?
  • De que modo poderei ser mais útil aos demais?


Luís Luz

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