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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

7 de fevereiro de 2016

Nada de paz podre!

Que não se meta a cabeça debaixo da areia! É o que eu acho e sempre atuei assim, por convicção.
É por isso que a foto que ilustra este texto me inspirou a esta partilha de pensamento.
Refiro-me aos conflitos entre acionistas das empresas.

Por vezes, este mundo empresarial parece um mundo de hipocrisia nas relações. Os sócios não se entendem mas fazem de conta que sim. Vivem em ambiente de paz pobre e a empresa é que se lixa. 

Conflitos entre as pessoas sempre existiram e sempre vão existir. Com mais ou menos dignidade e ética nas posturas, a verdade é que os conflitos estão sempre latentes. É na vida privada, é na vida empresarial e, diga-se em bom exercício de reflexão, muitas vezes entramos em conflito com nós mesmos.
Se muitas vezes "nos conflituamos", como não havemos de aceitar os conflitos com terceiros?

Atrevo-me a ir mais longe e a definir os conflitos em três dimensões, com base no seu fundamento. Acho que os conflitos entre as pessoas assentam ou em sexo, ou em dinheiro ou em poder.
-Em Sexo encaixam as motivações emocionais, passionais, de ciúme, infidelidade e outros casos como tal. Este fator também está dentro das organizações quando se começam a desenvolver relações mais próximas entre as pessoas, muitas vezes chocando com posições hierárquicas.
-Em Dinheiro, e está fácil de entender, o querer ganhar mais, ter mais que o outro. Negócios que não têm uma resolução simpática para ambas as partes geram conflitos futuros.
-Em Poder, e igualmente fácil de entender, tem unicamente a ver com protagonismo. Querer ser mais face aos outros, querer ter poder pelo poder. Chegar mais além, independentemente do dinheiro. No meu entender, é aqui que encaixam a maior parte dos conflitos. Desde cedo, desde a adolescência e fazendo uma análise à minha vivência, concluo que muitas das questões chatas entre as pessoas são por protagonismo. Sentimento de posse, de visibilidade, e tudo por uma razão – estima por si próprio, ego.

É extremamente importante assumir que os conflitos existem para ser resolvidos. Resolvê-los significa, ou lidar com eles de forma hábil mas construtiva, fazendo as coisas andar para a frente, ou resolver assumindo uma rotura e seguir caminhos diferentes.

Quem ganha com a resolução?
As empresas porque abandonam os ambientes podres.

Portanto, deixemos de fazer de conta. Deixemos de ser totós. Deixemos de ser bonecos nas mãos de arrogantes e maus feitios. Abaixo a subserviência. Fim à paz podre.

Nota: Dedico este texto à estrutura acionista do BPI e sua Gestão que, por mais difícil que seja, mostra que está aí para resolver, para liderar as circunstâncias, as motivações que, penso, não encaixam em sexo.


José Miguel Marques Mendes

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