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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

30 de outubro de 2012

Organizações estimulantes

Há dias numa conferência no Porto com um palestrante mexicano e a propósito de gestão de empresas, uma expressão marcou o meu dia.
Os colaboradores não devem deixar a mente e o coração junto à máquina de ponto.

Para quem gere empresas assente na motivação e criatividade das pessoas sabe que é impossível que as pessoas sejam uma coisa fora da empresa e outra dentro da empresa.
Como seres humanos que somos, uma grande parte de nós é o que nos acontece, de bom e de mau. O que corre mal no exterior da empresa afeta o nosso comportamento dentro dela, e vice-versa.
Umas pessoas conseguem gerir melhor que outras estes impactos e influências emocionais e isso reflete-se nos tipos de desempenhos.

Aquela expressão foi “música para os meus ouvidos”, sem dúvida.

É claro que quando as pessoas estão sob uma influência negativa do exterior a sua atitude no interior da empresa tende a ressentir-se mas, pelo lado positivo passa-se o mesmo. Os bons acontecimentos num lado fazem prosperar a atitude no outro.
Também é verdade que as pessoas são apreciadas segundo a sua capacidade de gerir as influências emocionais do exterior para o interior mas, estou convicto, as organizações têm também de assumir este compromisso.


Partilho então, o que ambiciono para uma organização?
  • Uma organização não pode ser um conjunto de pessoas com este ou aquele estilo, pois isso é demasiada vulnerabilidade.
  • Uma organização deve ser uma cultura de valores, atitudes e métodos por forma a que cada um que entre nela se molde a ela.
  • Entendo que uma organização saudável e competitiva é aquela que melhor gere as emoções e comportamentos das equipas de forma a extrair delas o melhor e protege-las do pior.
  • As organizações têm de ser palcos de entusiasmo para que os seus atores libertem todo o talento que têm dentro…mesmo nos seus piores dias.

Isso torna tudo mais robusto e as pessoas podem ser mais genuínas, emocionalmente.
José Marques Mendes

11 de outubro de 2012

Organizações amigas


Isto está muito bravo.
As empresas à beira da falência.
Os despedimentos a aumentar.
As pessoas a pagar mais impostos.
As revoltas sociais são mais frequentes e…individualmente estão todos com menos paciência.
 
As pessoas estão com os nervos à flor da pele e qualquer coisa faz com que expludam.
É na fila dos correios em que uma demora alongada já faz a pessoa incomodar-se com o atendimento.
É no supermercado quando já não se deixa passar à frente alguém com 1 ou 2 produtos.
É no trânsito onde quaisquer dois carros disputam uma via como se fosse o campeonato do mundo de velocidade.
São as expressões faciais de pânico depois de verem o saldo no ticket do multibanco. Por fora uma expressão séria por dentro suores frios.
É com os colegas, é com os filhos, é consigo mesmo. Estar perturbado consigo mesmo é o ingrediente fatal para a depressão.
 
Se num estado habitual as pessoas estão no limite emocional é muito provável que as organizações sofram o efeito em massa deste estado de espírito.
 
O grande desafio dos gestores das empresas é trabalhar bem estes estados de alma, estas emoções vibrantes e a desconexão das mentes.
O grande desafio é cativar as pessoas e as suas atenções para o coletivo, para a equipa, para a empresa.
O grande desafio é tornar as empresas um momento diferente na vida das pessoas de forma a ajudá-las a passar esta “agressividade” nacional.
O grande desafio é tornar as empresas viáveis mas que a viabilidade seja uma “viagem” agradável.
 
Tudo vale a pena  menos o trabalhar por trabalhar. Isso é tão doloroso como não ter nada que fazer.
Estar em casa ou ir trabalhar em esforço, emocionalmente é o mesmo e a única diferença é material. É o dinheiro.

This can not happen.
José Marques Mendes