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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

23 de abril de 2012

Prestar atenção aos sinais

Será que andamos muito acelerados em busca do trabalho, do dinheiro, da saúde, dos negócios e muito ocupados com o facebook, linkedin, tablet, jornais, televisão que, no meio de tanta informação e conhecimento, não conseguimos antecipar nada?
Esperamos que as notícias e comentadores digam o que vai suceder a breve trecho, em desemprego, impostos, emigração, etc? Esperamos que as chefias no trabalho digam que decisões tomar e que caminho seguir?

Que momento, este!
Existe tanta informação e sabe-se tão pouco sobre o futuro. Será uma vantagem para as mulheres que conseguem apelar à sua intuição feminina e prever, antecipar algo?
Será por isso que começam a tomar mais lugares de liderança nas organizações?
Será que explica o grande ascendente no ambiente familiar?

Nos dias que correm, ainda que ache que sempre foi importante, tentar antecipar acontecimentos e comportamentos pode fazer a diferença. Seja em termos de negócios, decisões no dia-a-dia ou ajustes no nosso temperamento.
As coisas estão a acontecer à nossa volta a uma velocidade impressionante. Existe muita informação, toda a gente comunica com toda a gente, temos ouvidos, vemos e porque sentimos e refletimos, queremos agir mas fica-se confuso e com receios.

E normalmente não é preciso mais informação mas tão-somente prestar atenção aos sinais que vamos recebendo permanentemente. Sinais que são tudo - eventos, pessoas e informação – o que se cruza na nossa vida.

Uma pessoa que me conhece relativamente bem e que me orientou durante uns anos, disse-me um dia:
- O José Miguel decide com pouca informação. Isso é muito bom. Cuide disso.
Com a afirmação tão contundente, esta pessoa ajudou-me imenso no meu autoconhecimento porque passei a prestar muita atenção à minha tendência para decidir com pouca informação.
Assim era e passei a cuidar disso: decidir com pouca informação e a avaliar os desvios à realidade.
Passei a desenvolver esses inputs e a tomá-los como essenciais na gestão das minhas decisões.

E porquê que digo que isto pode fazer a diferença nos dias de hoje?
Se tomamos decisões com pouco informação ganhamos imenso tempo face ao convencional ritmo da informação. Fazemos as coisas acontecerem mais depressa. Se esperamos por ter toda a informação, saber muito mais, então o tempo corre e perdemos competitividade. Tomamos decisões como muitos outros a tomariam. Quando as coisas acontecerem, já as decisões estão tomadas.

É arriscado? É.
Para além disso tem uma enorme chatice. Pode-se ter razão antes do tempo e isso é inexplicável.
Decidir com pouca informação e com atenção aos sinais, aos olhos dos outros gera alguma ansiedade e desconforto porque a incerteza gera ansiedade e desconforto.

Para alguns, a incerteza é paralisante, para outros, é uma forma de estar na vida.
Quem é assim a tomar decisões tem que ter o seu espaço - autonomia e responsabilidade. É uma liderança extremamente proactiva, visionária, arriscada mas entusiasmante.
Mas é extremamente importante em momentos de incerteza como os que atravessamos tanto mais que, existe tanta informação e sabe-se tão pouco sobre o futuro.

José Marques Mendes

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