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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

7 de fevereiro de 2011

Joaquim Romão - Ser capaz de decidir


Pediram-me para opinar sobre a participação no programa Erasmus de uma jovem aluna de Economia. A questão colocava-se na decisão entre prosseguir a vida académica em terras Lusas, seguindo tranquilamente o seu percurso para o Mestrado, ou partir para um país de leste, no caso a Polónia, ainda durante a Licenciatura e criar uma nova variável na extraordinária vida de estudante.
 A questão era sensível, merecendo uma resposta que oriente mas sem influenciar na decisão final.

Existem questões familiares que se misturam com as estudantis. Ainda mais por sermos genuinamente portugueses e estas coisas da família, culturalmente, estão muito enraizadas na nossa personalidade sendo, de certa forma, sempre muito conservadoras. Para os americanos, por exemplo, este tipo de situação é mais fácil de resolver. Os papás soltam os "passarinhos" ainda em tenra idade. Mas isso é outro assunto.
Vamos colocar sobre os pratos da balança os prós e os contras que a jovem tinha de enfrentar. Por um lado uma nova experiência, fascinante por ter surgido de um convite direccionado a um grupo restrito de alunos, tentadora pela oportunidade de tão cedo fazer algo diferente.
Mas o outro lado da moeda tem um peso terrível. Abandonar a família, a incerteza do futuro próximo num país desconhecido com barreiras culturais e linguísticas para derrubar. Tudo a somar ao enorme desafio que é terminar um curso de formação superior.
 Aqui começa o encanto desta situação. A primeira grande decisão. Melhor ainda, um desafio à capacidade de decidir.
Como fazer?
Não arriscar e continuar o percurso académico, completando seguramente o Mestrado sem grande percalço e até, possivelmente, com uma boa média final.
Em opção, fazer algo diferente e enriquecer a vida académica com uma experiência de vida.

Que impacto pode ter a segunda opção no futuro profissional? O que poderá modificar na sua visão das coisas quando a perspectiva aumenta e, como consequência, mostra o quanto pequena é a realidade do país em que vive? E a capacidade de resiliência que fica por conseguir enfrentar adversidades desde cedo. Não será tudo mais fácil e natural no futuro?Bom, da primeira opção já nós sabemos.
Acontece a quase todos e não tem mal nenhum. Muitos dos excelentes profissionais que por aí andam tiveram um percurso académico perfeitamente normal.
Não tenho a pretensão de dizer qual das opções está mais correcta. O que julgo ser realmente importante é que, desde cedo, se seja capaz de decidir e planear o que queremos para nós e ter a coragem de seguir com o plano.
Ter a capacidade para Liderar o nosso destino.
Isso sim, marcará certamente o profissional, a mulher ou o homem que seremos.
Joaquim Romão

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